AmuGuardian Ayase-chi.


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 | Assunto: [Song-fic] Someone Like You Seg Nov 21, 2011 12:00 am | |
| Bem, esta é a minha primeira song-fic, por isso não sei se está boa xD A música é uma que eu ando viciada: Adele - Someone like you- Spoiler:
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I heard that you're settled down That you found a girl and you're married now I heard that your dreams came true Guess she gave you things, I didn't give to you
Ela caminhava lentamente pela baixa, no meio de tantas pessoas, mas mais sozinha do que nunca. O seu telemóvel não parava de tocar desde manhã, e ela ignorava-o sem sequer olhar o ecrã. Sabia quem era, o que queria, o que iría dizer, uma vez mais, e ela não estava com vontade de ouvir tudo outra vez. Chegou perto da beira-mar e ficou ali, acompanhada apenas pelo som das ondas a embaterem no paredão. Uma vez mais, o telemóvel começou a tocar. Ela tirou-o do bolso, confirmando que era ele novamente, fechou os olhos, esticou o braço e deixou-o cair na água. Sentou-se num pequeno degrau branco, olhando o cinzento do céu e deixou-se ficar ali, com os olhos da mesma cor do céu a brotarem de lágrimas, que lhe caiam pelo rosto, mas com um sorriso marcado. Estava cansada de tentar, mas tinha consciência que desta vez não tinha falhado. As pessoas diziam que ela estava a sofrer porque queria, uma vez que era ela quem tinha acabado a relação, mas ela sabia que não era assim. Ela amava-o de verdade, mas o destino nunca os deixaría ficarem juntos. Era assim, e ela sabia-o. Ele jurou estar ao seu lado sempre que precisava, mas mais do que uma vez ele se mostrou ausente. Ela via nos seus olhos que ele amava outra e que estava com ela porque não a queria magoar. Então, ela deixou-o ir, porque como se costuma dizer “Prefiro ter aquele que amo longe, mas feliz, do que tê-lo nos meus braços e sentir as suas lágrimas no meu peito”. Agora ele era feliz, com a rapariga que sempre amara, e ela via-a ter tudo o que ela sonhara poder ter.
Old friend Why are you so shy It ain't like you to hold back Or hide from the light
Começou a chover, ela levantou-se e correu para se abrigar. As pessoas na rua olhavam para ela, de certo pensando que ela era louca. Estava completamente ensopada, mas ria-se, ria-se muito. Parou um pouco mais à frente, debaixo de um toldo. Espremeu o cabelo, com um sorriso na cara, mas de repente, sentiu o vento que soprava ser cortado por alguma coisa. Levantou o olhar e viu um rapaz, igualmente ensopado, cujo capuxo lhe cobria os olhos.
- Posso-me abrigar aqui? – perguntou tirando o capuxo. - John? – murmurou surpresa. - Olá Arianna. – mostrou um sorriso pouco à vontade.
E ali estava ele, aquele por quem ela chorava incessavelmente, a escassos centímetros dela. O seu coração apertou-se de tal maneira, que ela teve a sensação de não conseguir respirar.
- Então como estás? – pergunta ele, tentando limpar a água do casaco.
Ela abriu a boca, mas dela não saiu som nenhum. A voz parecia falhar-lhe, ou talvez fosse ela que não quisesse responder.
- Bem. – saiu-lhe por fim, como se de uma respiração forçada se tratasse – E tu? - Também. – respondeu olhando para ela. Assim ficaram o resto do tempo, a olharem para a chuva que caía cada vez mais impiedosa. O coração parecia querer saltar-lhe do peito, só por ela manter aquele sorriso no rosto. Quando ele ia para lhe perguntar se ela tinha alguém, ela saiu disparada a correr dali.
- Onde vais? Está a chover imenso! – gritou ele. Ela voltou-se para ele,com as lágrimas a brotarem-lhe dos olhos, mas com um sorriso no rosto, tal como dantes – Eu amo-te John. Não me peças para ficar a ouvir-te falar do quão feliz estás com ela, por favor. Eu não vou aguentar. – dito isto, saiu disparada, até que ele a perdeu de vista, perante a chuva cerrada.
I hate to turn up out of the blue uninvited But I couldn't stay away, I couldn't fight it I hoped you'd see my face and that you'd be reminded That for me, it isn't over
Ela corria com um sorriso no rosto, agora sem lágrimas. Disse tudo o que queria, sentia-se leve, feliz. Mas principalmente, ensopada.
Sinceramente, acho que devia ter ficado debaixo do toldo. – pensou limpando a chuva dos olhos – Mas eu não nasci para ser infeliz, por isso, um pouco de chuva não vai fazer-me mal.
Parou um bocado mais à frente, debaixo de outro toldo – Vamos lá a ver se este também não fica superpovoado. – abanou a cabeça, assim à semalhança de um canishe com o pêlo molhado. Olhou para o relógio da igreja, marcava as 15h25m – Raios, já devia estar na estação! – suspirou, começando de novo a correr bebaixo de toda aquela chuva – Elas vão me matar!
Dirigiu-se à estação dos comboios da cidade. Tinha as amigas lá à espera à provavelmente uma hora e meia, por isso, correu o mais depressa que pôde. Assim que a avistou, sorriu, subindo as escadas rapidamente. Ao fundo da plataforma estavam três raparigas, duas morenas e uma ruiva, que se voltaram com o som repetido de uns saltos altos.
- Eu sei que estou atrasada! Eu sei! – gritou ela aproximando-se. - Atrasada? – disse uma com as mãos na cintura – Acho que esse termo já nem se aplica! – arregalou os olhos – Mas por que raios estás toda ensopada?! - Eu sei, eu sei, peço desculpa! – espremeu o cabelo castanho escuro, naturalmente ondulado – Estou ensoapada porque está a chover génio. – revirou os olhos. - Sim querida, mas há uns anos inventaram umas coisas muito interessantes chamadas guarda-chuva! – disse a última parte quase gritando, mas a rir-se. - Ainda bem que ainda vamos para minha casa. Senão queria ver onde ias assim. – disse a ruiva. - Ia a qualquer lado. – respondeu com um sorriso que espantou as amigas. - Já não via esse sorriso à algum tempo. – disse uma abraçando-a.
O comboio chegou por fim, e elas entraram rapidamente.
- Já agora, fartei-me de te ligar. Onde está o teu telemóvel? – perguntou. - Se tudo correu como planeado, no fundo do mar. – deu uma gargalhada forte.
Never mind, I'll find someone like you I wish nothing but the best for you, too Don't forget me, I beg, I remember you said Sometimes it lasts in love But sometimes it hurts instead Sometimes it lasts in love But sometimes it hurts instead, yeah
Algumas semanas depois, a nuvem negra que pairava por cima da sua cabeça começava a desvanecer-se. Ela apercebeu-se que não valia a pena sofrer por quem não a ama, e que tinha que deixar as coisas correrem como devem. Os meses seguintes foram de conquistas. Entrou na Faculdade de Design, com uma bolsa de mérito, estava melhor do que nunca com a sua família e tinha sempre as suas amigas do seu lado. Ela não deixava de pensar em John, mas sabia que merecia algo melhor.
You'd know how the time flies Only yesterday was the time of our lives We were born and raised in a summery haze Bound by the surprise of our glory days
Um dia, estava ela em casa quando alguém lhe bate à porta.
- Alex, abres? – gritou chamando o irmão, mas não obteve resposta – Ah pois é, ele disse que ia a casa do Peter. – levantou-se da secretária e desceu as escadas, entoando uma música que não lhe saía da cabeça há já uns dias – Quem é? – perguntou amavelmente. - Sou eu. – respondeu-lhe uma voz masculina de tom suave. - Se quer que lhe abra a porta, vai ter que ser bem mais específico. – disse com um sorriso. - Já não reconheces a minha voz? – perguntou. - Ora, devería? – realmente reconhecia aquela voz, mas não conseguia atribuir-lhe um rosto. - Não, claro que não. Adeus. – murmurou.
Ela ficou curiosa, estava a tentar realmente conseguir reconhecer a voz, mas a imagem era desfocada. Abriu a porta e espreitou cá para fora, o que fez o rapaz voltar-se.
- John? – estranhou – Que fazes aqui? - Vim ver-te. – disse docemente. - Porquê? – a expressão surpresa mantinha-se. - Preciso de ter um motivo para te vir ver? – disse aproximando-se da porta. - Bem, sim. Dúvido que cá venhas só porque te apeteceu. - Eu vim porque tinha saudades tuas... – murmurou. - Porque é que eu acho isso estranho? – levantou uma sobrancelha e encostou-se à porta – Não te vejo à mais de seis meses, essas saudades não batem assim à toa.
I hate to turn up out of the blue uninvited But I couldn't stay away, I couldn't fight it I hoped you'd see my face and that you'd be reminded That for me, it isn't over
Ela sabia que ele estava ali com uma segunda intensão e não se ia deixar ir pela sua conversa. Ela estava finalmente bem, tinha apenas saudades daquele sentimento, agora enterrado, não ia deixar que ele abrisse de novo as feridas. Olhou para o pulso dele, fechado, e suspirou.
- Que vieste aqui fazer, hum? – perguntou em tom seco – Diz de uma vez. O rapaz olhou-a nos olhos, mas por fim disse – Vim porque quero dizer que ainda te amo e que te quero de volta. A expressão dela nem sequer se alterou – Estava-se mesmo a ver, ela acabou tudo contigo e agora vens ter comigo. Mas tu pensas que eu sou o quê? Nem hesitaste quando me trocaste por ela, mas agora queres-me de volta? Deves achar que sou um brinquedo que podes fartar-te e deitar fora, mas ires buscar sempre que quiseres. – revirou os olhos. - Vais dizer que já me esqueceste? – disse ele em tom galanteador. - Não, não te esqueci. Mas não tenho intensões em reforçar essas memórias. – abanou a cabeça. - Até parece que és capaz de me dizer que não...
Never mind, I'll find someone like you I wish nothing but the best for you, too Don't forget me, I beg, I remember you said Sometimes it lasts in love But sometimes it hurts instead, yeah
Por trás dela ouvem-se uns passos a aproximarem-se rapidamente. Surge um rapaz moreno, de olhos verdes, que lhe mete a mão no ombro.
- Quem é este?! – pergunta John, quase aos gritos – Não acredito que já tens outro! – aproximou-se dela – Puta. - Já me chamaram pior. – disse ela mantendo a mesma expressão inabalável. - O quê? - Tua namorada. – disse atirando com a porta, que fez um enorme estrondo. - Que foi isto? – perguntou o rapaz que tinha vindo de dentro de casa. - Oh nada. Desvaneios de um ex que acha que pode comer, deitar fora e ainda quer que eu esteja à espera dele de joelhos. – diz sorrindo – Mas tu não estavas na casa do Peter? – perguntou estranhando ele estar ali. - Estava. Mas ouvi alguém a gritar à nossa porta, por isso vim pelo jardim para saber se estavas bem. – respondeu-lhe dando-lhe um abraço. - Estou bem sim mano. – sorriu-lhe – Não te preocupes.
Nothing compares, no worries or cares Regrets and mistakes they're memories made Who would have known how bitter-sweet this would taste
Subiu as escadas, perante o olhar do irmão, que lhe sorria. Entrou no quarto, fechou a porta e deixou-se cair, tal e qual como a lágrima que lhe escorria pelo rosto.
- Não estou bem, mas vou ficar bem. – disse limpando-a.
Levantou-se rapidamente, abriu a porta, e foi para a janela. Podia vê-lo caminhar ao longe, a passos lentos, como se o mundo tivesse desabado nos seus ombros.
- A desilusão calha a todos. – sorriu – Não me arrependo de nada. - agarrou no telemóvel e ligou para uma das suas amigas – Hey! Olha, vocês têm alguma coisa para fazer hoje? – perguntou olhando para o céu, que estava de um tom azul que ela nunca tinha visto – Queria muito estar convosco hoje. – sorriu – Sim, ás três estou à tua porta. Até já. – saiu do quarto a correr, com um grande sorriso e correu para a rua. Sabia que tudo ia correr bem, que a sua vida ia tomar o rumo que tivesse que tomar. Sentia-se bem, sentia-se ela novamente.
Never mind, I'll find someone like you I wish nothing but the best for you, too Don't forget me, I beg, I remembered you said Sometimes it lasts in love But sometimes it hurts instead Never mind, I'll find someone like you I wish nothing but the best for you, too Don't forget me, I beg, I remembered you said Sometimes it lasts in love But sometimes it hurts instead Sometimes it lasts in love But sometimes it hurts instead, yeah, yeah
Espero que gostem (: |
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